Ataque a tiros em evento do governo deixa pelo menos três mortos no Haiti
Entre os mortos estão um jornalista e um policial, segundo testemunhas. Há relatos de feridos no ataque. Pelo menos três pessoas foram mortas e outras ficara...
Entre os mortos estão um jornalista e um policial, segundo testemunhas. Há relatos de feridos no ataque. Pelo menos três pessoas foram mortas e outras ficaram feridas nesta terça-feira (24) em Porto Príncipe, no Haiti, após homens armados atirarem contra o público durante um evento de reabertura do maior hospital público do país. Segundo testemunhas à Reuters, entre os mortos estão dois jornalistas e um policial. Diversos jornalistas estavam presentes no evento quando o grupo abriu fogo. Veículos locais apontam que o número de mortos pode ser maior. De acordo com a AP, citando a rádio local Télé Métronome, sete jornalistas e dois policiais ficaram feridos no ataque. Não foi informado quem seriam os autores do ataque, mas veículos locais atribuem a membros de gangues que atuam na região central de Porto Príncipe. Jornalistas feridos ficam deitados no chão após ataque a tiros durante inauguração de hospital no Haiti Dieugo Andre/AP ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O conselho presidencial de transição afirmou em uma publicação no Facebook que o ato não ficará sem consequências. "Expressamos nossa solidariedade a todas as famílias das vítimas, em particular à Polícia Nacional do Haiti e a todas as associações de jornalistas", disse o conselho. LEIA TAMBÉM: Líder de gangue acusa idosos de praticar vodu para matar seu filho, ordena massacre e deixa 180 mortos no Haiti Os jornalistas foram convidados a comparecer ao hospital para a coletiva de imprensa, que ocorreria na área central da capital, Porto Príncipe, com o novo ministro da saúde do Haiti. Eles ainda aguardavam o ministro quando os disparos começaram, por volta das 11h (horário local). O ministro da Saúde, Duckenson Lorthe Blema, foi nomeado no final de novembro, durante uma reformulação no gabinete, após o ex-primeiro-ministro Garry Conille ter sido destituído após apenas seis meses no cargo. O Hospital da Universidade Estadual do Haiti, conhecido localmente como Hospital Geral, é o maior hospital público do país, mas estava fechado desde março devido a um aumento de ataques de gangues que resultou na destituição do ex-primeiro-ministro Ariel Henry. Em julho, as autoridades comemoraram a retomada do controle do hospital com uma coletiva de imprensa no local, mas Conille foi forçado a fugir junto com oficiais de segurança e jornalistas por conta de um tiroteio no local. O hospital está localizado no centro de Porto Príncipe, a poucos metros da praça central Champ de Mars, uma área que tem sido palco frequente de tiroteios e confrontos entre a polícia e uma aliança de gangues conhecida como Viv Ansanm. Estima-se que as gangues controlem entre 80% e 90% da capital, enquanto países vizinhos têm sido lentos em cumprir as promessas de apoio à segurança para a nação caribenha. Uma missão internacional aprovada em 2023 viu, até agora, apenas uma fração das tropas sendo enviadas, enquanto os pedidos do Haiti para fortalecer seus recursos convertendo a missão em uma força de manutenção da paz enfrentaram oposição no Conselho de Segurança da ONU. Um porta-voz da missão, liderada pelo Quênia, disse à Reuters, após o início dos disparos, que seus membros não haviam sido convidados para a coletiva de imprensa e que reforços foram enviados. Apenas 24% das instalações de saúde na área metropolitana de Porto Príncipe estão atualmente em funcionamento, de acordo com um relatório recente da ONU.